quarta-feira, 1 de julho de 2009

Em breve novos capitulos...



Olá caríssimos amigos!

Já faz algum tempo que não publico novidades por aqui, não é mesmo? Alguns de vocês já começavam a supor que o blog havia sido esquecido, ou que simplesmente tivesse desistido de escrever. Não! Tenho certo, definido e acordado com minha própria consciência que este blog não será esquecido, abandonado, ou apagado; mesmo que os intervalos entre as postagens pareçam longos demais, mesmo que a inspiração não esteja a guiar meus desejos e a paixão no exercício da escrita, ou mesmo que acontecimentos externos alheios ao meu controle inviabilizem uma sequência estável na postagem de novos textos – não vou parar.
A arte de expressar em texto, sentimentos, ações, situações e eventos, se manifesta de forma diferente em cada um de nós: há pessoas que são capazes de escrever automaticamente, sem a necessidade de grandes estimulos, não tão dependentes de inspiração – são verdadeiras máquinas de produção literaria. Há o grupo que vive de temporadas de inspiração, o período produtivo pode durar meses, até mesmo anos. Um dia ele acorda de manhã e simplesmente não tem vontade de escrever, não sente prazer em faze-lo naquele momento, sente-se vazio, sem histórias para contar. Nesse período o escritor produz pouco ou nada, podendo permanecer nesse limbo por tempo indeterminado até que um novo amor se faça presente.
Eu realmente não funciono sem a combinação de três fatores principais: a inspiração, o tempo livre e a tranquilidade. Sem dúvida a inspiração é o combustível principal dessa química, mas sem tempo disponível, sem paz, sem absoluto silêncio e profunda tranquilidade, a concentração exigida na concepção de um texto, não pode ser alcançada.
No que se refere ao blog não me faltou tempo, faltou inspiração e tranquilidade para escrever. Além disso, pessoas envolvidas em alguns eventos que escrevi nesses textos não gostaram de ter suas histórias divulgadas, ou melhor, não gostaram de certas coincidências encontradas por aqui. Pediram-me que parasse de contar os fatos, mas eu simplesmente não podia e não queria deixar de contar algo tão surpreendente, então tive que negociar para ter liberdade e carta branca para continuar.
Para que eu possa continuar o relato desta história a vocês, termino as explicações desse período de silêncio por aqui.

sábado, 16 de maio de 2009

DS - Redemption - parte 2 - Onde se conta como um homem recebeu em mãos a chave do inferno




O velho relógio de parede, suíço legítimo, presente do avô, marcava cinco horas e trinta minutos quando Seu Nildo entrou na sala de Klaus.
Sem bater, sem pedir licença e sem fazer qualquer cerimonia o zelador, como quem acabara de ver uma alma penada, disparou afobado:
- Doutor! Não queria incomodar agora, mas como nunca vi nada igual a isso antes decidi por traze-lo antes que o senhor fosse para
casa. Fui tomar a minha branquinha das cinco ali no bar do Trindade, como o senhor bem sabe tenho essa saúde graças a ela, é bom para o coração...
- Vinho, Givanildo, vinho! Você deve ter ouvido por ai que beber uma taça de vinho todos os dias faz bem ao coração, não é? Pois fique o senhor sabendo que não se deve tomar como verdade absoluta tudo o que vê, ou escuta, mesmo que a fonte da informação pareça ser sagrada, acima de qualquer suspeita! A medicina não é uma ciência exata! Existem grupos de cientistas que defendem o consumo moderado de cafeína, mas ao mesmo tempo, do outro lado da história, existem pesquisadores que lutam ferozmente contra essa idéia. A ciência cria uma ‘’verdade’’ hoje, mas amanhã ela a destrói. Em apenas dez anos, muita coisa que esta nos livros de ciência usados nas escolas de hoje, terá de ser revisada e corrigida! Você é capaz de compreender esse processo? A questão é complexa, muitas vezes nos coloca diante de um dilema, um paradoxo...
- É doutor, o senhor tem razão, mas não tem precisão de tanta preocupação. Essa minha pinguinha não tem essa tal de cafeína! O velho Trindade me garantiu que o produto é da mais alta qualidade, veio do alambique do Mineiro, de Januária em Minas.
- Seu Nildo, parece-me que o senhor entendeu realmente tudo! A conversa esta agradabilíssima, mas estou em minha hora, portanto deixemos a cachaça e a ciência de lado e vamos para o assunto que o trouxe até aqui! Afinal, oque o senhor nunca viu na vida e gostaria que eu visse?
- Não sei bem explicar, doutor...melhor mesmo que o senhor veja com os próprios olhos.
O velho zelador puxou de uma sacola de pano algo que parecia um livro de capa dura, todo sujo, manchas num tom vermelho escuro, quase negras, um pano branco bordado a mão, uma espécie de véu, o envolvia. Na capa, escrito a mão, as iniciais ‘’DS’’ e logo abaixo, como que esculpida com um tipo de instrumento pontiagudo, a palavra ‘’Redenção’’. Era um diário, não um livro, como a capa fazia crer.
- Doutor, isso tudo ai é sangue...
- Como você pode saber seu Nildo?
- O cheiro...mesmo seco, o cheiro do sangue é muito forte para mim. O senhor sabe que eu sinto o cheiro de sangue a distância, é uma maldição que me acompanha desde que sai do abatedouro.

Givanildo Pereira da Silva, ou simplesmente Seu Nildo como era mais conhecido, natural de Ribeira do Pombal no estado da Bahia, assim como milhares de nordestinos sem trabalho ou qualquer outra perspectiva de uma vida melhor em sua terra natal, veio para São Paulo buscar sua chance de ouro quando tinha apenas dezoito anos. Deixou toda a família para trás. Ainda hoje, quando fala dos pais e irmãos não contém as lágrimas. Os pais de Givanildo morreram cinco anos após sua partida, num acidente, quando viajavam como bóias-frias na carroceria de um caminhão que os levava para o trabalho em uma fazenda numa cidade vizinha – ele dizia sempre que tocava no assunto:
- Pobre mainha, pobre painho – depois de um longo e doloroso suspiro ele continuava - só pude começar a mandar um dinheirinho para casa depois de quatro anos trabalhando por aqui. Reformaram a casa, compraram uma charrete e um burro, nada mais...não deu tempo.
Dos sete irmãos que havia deixado na Bahia, dois haviam morrido ainda quando crianças, por problemas relacionados a desnutrição. Quatro irmãos, com a ajuda do irmão mais velho, haviam se mudado para Campinas no estado de São Paulo e apenas o mais novo permaneceu na cidade natal.
Seu Nildo jamais voltou a Ribeira e só reencontrou os irmãos quando estes se mudaram para o interior paulista a dez anos. Ele queria voltar quando se aposentasse, viver em paz seus últimos dias, como dizia, plantar alguma coisinha, criar umas cabras e, finalmente, ser enterrado perto dos pais.
Era um bom homem - trabalhador, determinado, hábil falador, inteligente, apesar de ter frequentado a escola por três anos. Certamente teria ido muito mais longe se tivesse passado mais tempo com os livros. Não pôde, pois sua sobrevivência e a de sua família também dependia do baixo salário que recebia do trabalho como pedreiro. Trabalhava a semana toda, o dia inteiro num canteiro de obras, no sábado fazia bicos pela cidade e no domingo seu corpo já exausto pedia boas horas de sono.
Antes de trabalhar como zelador no edifício Santa Helena, trabalhou num abatedouro clandestino por dez longos anos, até que a vigilância sanitária o fechasse numa dessas batidas-surpresa. Ele não gostava de falar desse trabalho, não falava de sua vida nesse período. Parecia haver uma lacuna nestes dez anos, como se ele tivesse estado ausente, fora do ar.
Um amigo de forró falou sobre o trabalho de zelador no edifício Santa Helena e a vinte e poucos anos ele trabalha lá. Conheceu o avô e o pai de Klaus, quando a sala do psicoterapeuta ainda era um escritório de contabilidade.
- Prometo ao senhor que vou dar uma examinada neste diário, seu Nildo, mas agora tenho realmente que partir, disse Klaus.
- Ah! Doutor! Não esqueça, essas manchas ai...isso é sangue!
- Sim! Claro! Bem, não acredito que seja de fato sangue, mas para tirar qualquer tipo de idéia fantasiosa de sua cabeça faço questão de verificar, ok? Gostaria de saber também o motivo que o fez pensar que eu deveria ler esse material! Em que eu poderia ser útil? De qualquer forma, a explicação fica para outro dia!
Guardou o diário na pasta que carregava, despediu-se do zelador e pediu-lhe que trancasse a porta quando saísse.
- Até amanhã seu Nildo – encerrou o terapeuta

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Preso economista apontado como líder neonazista em SP - Uma notícia que ninguem quer acreditar...



Ricardo Barollo, de 34 anos é acusado de liderar organização para surgimento de um novo país.

Agência Estado
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São Paulo - A prisão ontem, em Moema, zona sul da capital paulista, do economista Ricardo Barollo, de 34 anos, deve ser um golpe no movimento neonazista brasileiro. Apontado como o mais influente líder de uma organização que previa o surgimento de um novo País nos moldes do Nacional-Socialismo - o "Neuland" (Terra Nova) -, ele foi apresentado neste sábado (02) pela Polícia Civil do Paraná como o mandante do assassinato de Bernardo Dayrell Pedroso, de 24, e Renata Waeschter Ferreira, de 21, em 21 de abril em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba (PR), durante uma festa em comemoração ao aniversário de Adolf Hitler.

Além dele, foram presos em Curitiba Rodrigo Mota, de 19 anos, Gustavo Wendler, de 21, Rosana Almeida, de 22, e João Guilherme Correa, de 18, que é soldado do Exército. Em Teotônia (RS), também foi detido Jairo Maciel Fischer, de 21. Todos responderão por duplo homicídio, formação de quadrilha e apologia ao nazismo

Segundo o secretário de Segurança do Paraná, Luiz Fernando Delazari, o motivo do crime foi uma disputa política dentro do movimento por causa da crescente influência de Bernardo na célula paranaense. Ele discordava de métodos truculentos usados por Barollo. O economista nega. Já Renata, a outra vítima, não tinha relevância dentro do neonazismo. "Ela estava no lugar errado, na hora errada. Eles a mataram por ter testemunhado a morte do rapaz, por estar dentro do mesmo carro", afirmou Delazari. "Ele (Barollo) diz que em hora nenhuma esteve no local da festa, só que seu telefone realizou várias ligações no horário do crime. Era uma disputa de poder. Foi ele o mandante. Isso é declaração dos executores do crime."

Policiais dizem que tudo foi premeditado: os tiros que mataram Renata foram disparados por João Guilherme, Jairo foi o responsável por matar Bernardo, a missão de Rosana era atrair o casal para fora da festa.

Barollo disse não ter conhecimento das acusações, negou qualquer intimidade com movimentos neonazistas e afirmou que estava em Içara (SC) na hora das execuções. "Encontraram coisas na minha casa, nada relacionado ao nazismo, nada. Encontraram documentos quando era menor, de quando eu fazia reuniões políticas, mas em momento algum com menção ao símbolo nacional-socialista", disse. Questionado sobre sua simpatia por Hitler, Barollo afirmou: "É a opinião como a de todos. Adolf Hitler foi um líder e a Alemanha tem que responder por isso." Seu advogado, Adriano Bretas, reclamou que não viu o processo. "É absurdo cogitar que Ricardo, com trabalho, arrimo de família, possa ser o mandante do crime."

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Você não deve estar entendendo porque postei essa notícia, não é mesmo? Afinal, no Brasil, crimes envolvendo vítimas fatais virou fato corriqueiro, a violência foi banalizada...
Ah! Então provavelmente postei a notícia porque, como todos sabem, sou radicalmente contra qualquer tipo de ideologia racista, nazista ou neonazista, politica, religiosa...
Sim, esse foi o segundo motivo que me fez postar.
Hoje, quando assistia tv, um desses telejornais matinais, fiquei petrificado quando vi o rosto de um querido colega de colégio, de teatro, de abraços, risos e brincadeiras, entrar algemado numa delegacia: Ricardo Barollo, o Juca, como era conhecido no instituto de educação Costa Braga. Sem querer acreditar e ainda chocado, busquei na internet tudo que há sobre o caso, pois queria saber se era ele mesmo. Era mesmo o Juca.
Não quero e não devo condena-lo, isso é trabalho da justiça, mas se ficar provado que toda esta história é verdadeira, vai ser duro de aceitar...como um cara esclarecido, culto, bem-sucedido e querido por tantos, pôde escolher tal caminho? Triste, inconformado e chocado, encerro o post de hoje.

DS - Redemption - Onde se conta o momento em que um homem percebe que é muito mais do que imagina


Klaus era psicoterapeuta. Mais um a deriva no imenso oceano da frustração; mais um que escolheu uma carreira com todo aquele entusiasmo juvenil , que sonhou com a realização profissional, que imaginou alcançar a independência financeira vivendo do trabalho para o qual, por tantas vezes, pareceu ter nascido – ele era mais um filho da classe média paulistana, cujas ideias e costumes do pequeno burguês hipócrita e arrogante, que como um câncer, contaminava seu círculo social. Nunca foi estudante brilhante, tampouco dedicado, apesar da rigorosa cobrança dos pais que sonhavam com um filho doutor em medicina, mas é preciso que se diga, sempre mostrou algum talento no campo da literatura e também no trato dos males da alma humana, no entendimento das emoções, por isso optou pela psicologia. Ele acreditava que a psiquiatria estava muito além de suas capacidades, sequer chegou a tenta-la. Assim, com a ajuda dos pais e de um bico de meio período numa livraria no centro da cidade, ele se graduou numa dessas universidades privadas, que aos montes, como mercadinhos de bairro, se espalham pelo país, a maioria de questionável qualidade.

Aquele ultimo ano não estava sendo nada fácil para ele. Klaus havia finalmente se encontrado com algo que, inconscientemente, tantas pessoas passam a vida procurando, ou tentando entender e que quase sempre só entendem ou encontram quando não há mais tempo para qualquer ação. Ele acreditava com todas as forças que havia conseguido se enxergar, se ver com diferentes olhos; sem máscaras, sem culpas, sem medos, despido de qualquer pudor, despido de qualquer modelo pré-concebido de moral e carácter. Ele questionou que tipo de paradigma havia tomado para si, quão medíocre havia sido sua vida até o presente momento e, perigosamente, por um instante, não viu sentido algum nas escolhas que havia feito.
Sentindo-se enganado por si mesmo e dominado por uma sensação de profundo vazio, o psicoterapeuta decidiu que era hora de quebrar as corrente que o prendiam e que era hora de agir.

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Hallo liebe freund und freundin!


Olá querido leitor! Amigo ou inimigo ( sinceramente não acredito ter algum ) que começa a entrar no mundo mais secreto de um exilado, seja benvindo!
Aqui contarei as muitas impressões que um exilado tem da sociedade em que vive; as pessoas, os costumes, os relacionamentos, as ideias que constroem e interligam todos estes pontos. Muitas vezes você vai ler coisas que parecerão mesquinhas, outras vezes vão achar que é perseguição, intransigência, mas gostaria que todos entendessem que meu desejo maior é de ver uma sociedade justa e harmoniosa!
Não vou deixar de contar minhas histórias, disso eu não abro mão! Todas estas histórias são baseadas em fatos reais, portanto, qualquer semelhança não será mera coincidência!
A primeira história que eu quero contar a vocês não é lá das mais românticas, pois fala sobre como um homem aparentemente comum se torna um assassino, oque o faz cometer atos monstruosos com frieza inimaginável e oque um homem perdido pode fazer para dete-lo.
Perdoe-me pelos erros ortográficos e gramaticais, qualquer coisa, por favor me avise!!!
Abraços!